O texto de 1Cor 15 é um texto muito particular dentro do Corpus Paulino. Ele trata deste tema delicado da vida no pós-morte. Na verdade, ele tenta não só responder a alguns cristãos de Corinto, mas também faz uma sutil e primitiva catequese escatológica, ou seja, sobre os fins últimos da vida na perspectiva cristã. Alguns cristãos desta cidade rejeitavam a ressurreição dos mortos (15,12). Os gregos a consideravam como concepção grosseira, ao passo que os judeus a tinha aos poucos pressentido. Paulo, para combater o erro dos coríntios, parte da afirmação fundamental da pregação evangélica – o mistério de Cristo morto e ressuscitado – que ele desenvolve enumerando as aparições do Ressuscitado. Este tema da ressurreição dos mortos é muito caro à fé cristã; é a base da fé no Cristo Ressuscitado.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgivc7gYbGXhgqJoI2lMvf4T0NBb0c2VwRRpUwU5qlvu9SbdmyNFsDWUlbPZSYaeUzDwIgvSeOjHkhnWHCYfn1ENRfJqPOtDdVDIVqx6ISFcqmEfB-prKOPQ1EWoCSr1_7lEKpywIA6pQU/s320/ress+1.jpg)
Ao morrermos, para onde iremos? O que acontecerá com nossos corpos? E nossa alma? O que nos espera depois da vida? Estas interpelações e muitas outras acompanharam muitos cristãos ao longo da concretização lenta da reflexão cristã. Não há cultura nenhuma, não há religião alguma na qual não se tenta responder a esta pergunta inquietante. No mundo ocidental, várias respostas foram dadas ao mistério da vida após a morte. Em diálogo com a filosofia e as ciências contemporâneas, a teologia cristã reafirma a revelação bíblica fundamental sobre o destino final do ser humano: a ressurreição em corpo e alma, tal como manifestada no evento histórico-escatológico da ressurreição de Jesus. O ocidente é marcado por três posições e respostas marcantes em torno destas questões, dadas pelo materialismo, espiritismo e cristianismo. Diante da morte há muita tensão e angústia, contudo, o cristianismo sempre pregou que Deus não deixará desaparecer a pessoa humana no nada. Ele ressuscitará o ser humano na morte porque o ama e porque é um Deus que quer a vida. O artigo de fé “ressurreição dos mortos” é a fé no agir exclusivo de Deus; depois de uma única vida vivida aqui na terra, este Deus transforma tudo aquilo que é ser humano, numa nova forma de existência junto com ele. Deus transforma tudo aquilo que somos numa nova forma; à esta transformação, damos o nome de ressurreição (1Cor 15,35-38). Este processo de transformação por ser iniciativa exclusiva de Deus se dará na atemporalidade (eternidade) de Deus e não no espaço e no nosso tempo. Como seres humanos que somos, estamos no tempo e no espaço; tudo pensamos e projetamos segundo estas duas principais dimensões. Com a nossa morte estas duas dimensões param de existir. A fé cristã, desde o início, acreditou que após a morte entramos numa espécie de “experiências existenciais” (expressão de João Paulo II), chamadas tradicionalmente de juízo, purgatório, céu, juízo final e inferno. A ressurreição só é o ato inicial de toda uma nova maneira de existir. Ela começa pela experiência de uma plena ampliação de nossa consciência; ela implica a possibilidade de uma evolução atemporal, rumo a uma personalidade em completa sintonia com os parâmetros de Deus; e ela culmina na experiência eterna daquilo que é a completa e total realização de todas as nossas potencialidades numa vida em plenitude, junto com Deus e com todos os nossos irmãos e irmãs.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgivc7gYbGXhgqJoI2lMvf4T0NBb0c2VwRRpUwU5qlvu9SbdmyNFsDWUlbPZSYaeUzDwIgvSeOjHkhnWHCYfn1ENRfJqPOtDdVDIVqx6ISFcqmEfB-prKOPQ1EWoCSr1_7lEKpywIA6pQU/s320/ress+1.jpg)
Ao morrermos, para onde iremos? O que acontecerá com nossos corpos? E nossa alma? O que nos espera depois da vida? Estas interpelações e muitas outras acompanharam muitos cristãos ao longo da concretização lenta da reflexão cristã. Não há cultura nenhuma, não há religião alguma na qual não se tenta responder a esta pergunta inquietante. No mundo ocidental, várias respostas foram dadas ao mistério da vida após a morte. Em diálogo com a filosofia e as ciências contemporâneas, a teologia cristã reafirma a revelação bíblica fundamental sobre o destino final do ser humano: a ressurreição em corpo e alma, tal como manifestada no evento histórico-escatológico da ressurreição de Jesus. O ocidente é marcado por três posições e respostas marcantes em torno destas questões, dadas pelo materialismo, espiritismo e cristianismo. Diante da morte há muita tensão e angústia, contudo, o cristianismo sempre pregou que Deus não deixará desaparecer a pessoa humana no nada. Ele ressuscitará o ser humano na morte porque o ama e porque é um Deus que quer a vida. O artigo de fé “ressurreição dos mortos” é a fé no agir exclusivo de Deus; depois de uma única vida vivida aqui na terra, este Deus transforma tudo aquilo que é ser humano, numa nova forma de existência junto com ele. Deus transforma tudo aquilo que somos numa nova forma; à esta transformação, damos o nome de ressurreição (1Cor 15,35-38). Este processo de transformação por ser iniciativa exclusiva de Deus se dará na atemporalidade (eternidade) de Deus e não no espaço e no nosso tempo. Como seres humanos que somos, estamos no tempo e no espaço; tudo pensamos e projetamos segundo estas duas principais dimensões. Com a nossa morte estas duas dimensões param de existir. A fé cristã, desde o início, acreditou que após a morte entramos numa espécie de “experiências existenciais” (expressão de João Paulo II), chamadas tradicionalmente de juízo, purgatório, céu, juízo final e inferno. A ressurreição só é o ato inicial de toda uma nova maneira de existir. Ela começa pela experiência de uma plena ampliação de nossa consciência; ela implica a possibilidade de uma evolução atemporal, rumo a uma personalidade em completa sintonia com os parâmetros de Deus; e ela culmina na experiência eterna daquilo que é a completa e total realização de todas as nossas potencialidades numa vida em plenitude, junto com Deus e com todos os nossos irmãos e irmãs.
Escrito por Frei André Boccato, OP