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Curitiba/PR, Brazil
Ministra da Eucarístia,exerce o ministério da cura e libertação. Escritora, professora e atualmente exerce a função de técnica de enfermagem com zelo e amor ao próximo.

sábado, 27 de outubro de 2012

TODO MUNDO QUER IR PARA O CÉU...

...MAS NÃO JÁ! Foi isso que eu li uma vez no parachoque de um caminhão. Típica filosofia do “irmão da estrada”, que vai no coração e no pensamento de todo mundo. Ninguém, é claro, pois o desejo de vida é tão forte em todos, que até o moribundo tem certeza que vai sarar ainda e vai continuar firme por muitos e muitos anos.
Mas estamos chegando ao dia de finados, e temos de meditar um pouco nesse tema. É a única lei que atinge a todos, sem exceção, pois até Cristo, o Filho de Deus feito homem, quis a ela se submeter. E além de atingir a todos, iguala a todos, reis ou papas ou mendigos. Diante dela se esvai todo nosso orgulho e vaidade: “lembra-te que és pó e em pó hás de voltar.”
Mas nós temos fé, e temos certeza que a morte não tem mais a última palavra, desde quando Cristo a venceu com a sua Ressurreição. Antes de Cristo era ela que tinha essa última palavra, encerrava todos os argumentos, fechava todas as portas. Mas Cristo ressuscitou, venceu a morte com a vida. E nós, que fomos feitos membros de Seu Corpo Místico, participamos agora de Sua vida, que ultrapassou a barreira fatídica e mergulhou na eternidade do Pai. Nossa morte não será o fim, mas apenas uma passagem: de uma dimensão de vida – ligada ao tempo e ao espaço, amarrada pelas leis da matéria e da sensibilidade – para outra dimensão de vida – livre do tempo e do espaço, sem mais limites porque participante da infinitude e da eternidade do próprio Deus.
E por que então temos medo de morrer? Se estamos todos neste mundo como peregrinos a caminho da Casa do Pai, por que não temos pressa de chegar? Seria lógico esse desejo, não? E por que os santos almejavam ardentemente esse encontro, face a face, e quando a morte chegava, os encontrava sempre alegres e felizes?
Talvez a nossa fé seja muito pequena. Será que acreditamos de verdade na vida eterna, na ressurreição dos mortos? Por que choramos tanto, quando um ente querido vai para Deus? Não deveria ser assim. Os santos viveram uma autêntica experiência de Deus, e depois dessa experiência tudo o mais passa para um segundo plano. Só Deus conta. Todo amor deseja o encontro até a fusão das vidas; assim também o amor de Deus. E só a morte, que liberta da matéria e do sensível, permite o mergulho no Infinito.
Nós, por nossa culpa e negligência, estamos muito longe a experiência do Absoluto, do Transcendente, do Amor total. Amarrados pelas mesquinhas experiências desta vida e pelas mesquinhas satisfações que elas proporcionam, talvez pensamos encontrar nelas a nossa realização. Que ilusão! Um dia, bem mais cedo do que pensamos, a morte vem mostrar-nos quanto são falazes tais satisfações.
No dia em que nos convencermos que só em Deus encontraremos nossa felicidade total e completa, a plena realização de nosso ser, e que só encontraremos a Deus de fato se nos libertarmos de tudo o que se coloca como obstáculo entre nós e Ele – a matéria, Ele que é puro Espírito – aí não teremos mais medo de morrer!

Por Frei Estevão Nunes, OP

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Silêncio e Disponibilidade


Você já teve aquela impressão de que as coisas estão muito corridas? Que precisa parar um pouco e precisa colocar as coisas no lugar?
Quando isto acontece na nossa vida, precisamos parar e refixar o nosso olhar em Deus. A Igreja, na sua sabedoria, sabe que até os padres e pessoas consagradas precisam parar às vezes e por isso aconselha que, pelo menos uma vez por ano, devemos parar e fazer exercícios espirituais, com silêncio e disponibilidade que são atitudes fundamentais para bem rezar.
“Deus gosta do silêncio!”. Podemos nos espelhar na passagem de Elias na gruta, que viu passar um furacão, um terremoto e fogo, mas Deus não estava ali. Quando escutou o murmurinho de uma brisa suave, Elias cobriu o rosto, porque sabia que Deus estava presente, e aí começou a escutar a sua voz. (Cf. Rs 19). Assim também em nossa vida somos circundados por tanto barulho, tanto do lado de fora (rua, rádio, celular, TV, etc.) quando do lado de dentro (nossos pensamentos e preocupações). Muitas vezes ficamos distraídos com os “furacões”, os “terremotos da vida” e ficamos surdos à voz de Deus. Entrar no silêncio é um passo importante para nos colocarmos na presença de Deus.
A segunda atitude que Deus espera de nós é a disponibilidade, nisso Maria é o nosso grande modelo. Diante da Anunciação do Anjo Ela proclama: “Eis a Serva do Senhor, faça-se em mim, segundo a sua vontade!”. É comum quando vamos rezar termos segundas intenções. Queremos resolver um problema, pedir que algo aconteça pedir pela nossa saúde, etc. A verdadeira oração é desinteressada! Precisamos ser humildes diante do Senhor, Ele sabe o que precisamos, o que necessitamos ouvir. Por isso, a melhor coisa é estar disponível para aquilo que Deus quer falar, seja o que for.
A grande tentação da nossa vida e nos acomodarmos e não sentirmos mais a necessidade de conversão, de caminhar. Por isso, essas lições não podem ficar só naquilo que passou, precisamos viver no dia a dia!
Experimentando essas atitudes de oração: silêncio e disponibilidade, vamos estar cada vez mais vivendo na comunhão que vem de Deus.