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Curitiba/PR, Brazil
Ministra da Eucarístia,exerce o ministério da cura e libertação. Escritora, professora e atualmente exerce a função de técnica de enfermagem com zelo e amor ao próximo.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Mês de Novembro: O Mistério da Morte

“Para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Fl 1,21)
Todos os anos, no dia 2 de novembro, milhares de pessoas visitam os túmulos dos seus entes queridos falecidos. Estas visitas, geralmente, se fazem acompanhar de orações, velas, flores e quase sempre de lágrimas. Uma mistura de sentimentos envolve os visitantes: dor, saudade, presença e ausência. Diante do mistério da morte ficam mais perguntas do que respostas.
A tradição da Igreja sempre exortou os fiéis a rezar pelos mortos. Inspirada em muitos textos bíblicos, ela cumpre o mandato que diz ser “um santo e salutar pensamento orar pelos mortos” (2 Mac 12, 43-46; 2 Tm 1,18). A oração mais importante, que a Igreja oferece pelos falecidos, é a Santa Missa, o sacrifício de Cristo e de valor infinito. Por que cremos na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne e na vida eterna, a oração pelos mortos, é a certeza de que a morte não tem a última palavra.
No entanto, sabemos que esse costume só foi oficializado na Igreja, no século X, com Santo Odílio, abade beneditino do mosteiro de Cluny, na França, que instituiu o dia de finados para a sua ordem. A Igreja católica a tornou universal, partir do século XI, por iniciativa dos papas Silvestre II, João XVIII e Leão IX que convidaram os católicos a dedicar um dia no ano aos mortos. No entanto, o dia 2 de novembro só foi institucionalizado a partir do século XIII.
Muitos poderiam se perguntar: Se a Igreja crê na vida, por que oficializar um dia para pensar na morte?
Acontece que a vida tem o sentido que damos à morte, se evitamos falar dela, nossa vida terrena se torna medíocre e cada vez mais aumenta o pânico, as fantasias e as superstições sobre essa realidade que é parte constitutiva da condição humana.
Embora ninguém se acostume com a idéia de morrer, ou de perder as pessoas queridas, a morte nos coloca diante de uma verdade incontestável: a existência humana é breve e “dissolúvel” desde o primeiro instante.(...)
Na morte, estaremos entregues à misericórdia divina. O encontro decisivo com Deus vai acontecer numa esfera de amor infinito, porque Deus quer que o ser humano participe de sua própria vida. Mas será que estamos preparados para esse encontro?
A crença na vida pós-morte aumenta a responsabilidade diante da vida terrena, porque a Salvação não é um ato mágico, mas um processo dinâmico durante toda a existência humana. É um comprometer-se com essa vida dada por Deus e que um dia será resgatada em plenitude. Dessa forma, ela não pode ser desperdiçada e nem vivida de qualquer jeito. Deve ser uma vida de solidariedade com o cosmo, com o mundo e com as pessoas, fruto da intimidade com Deus.
Rezemos pelos mortos e pelos vivos e com alegria digamos como São Francisco de Assis: “Louvado sejas, meu Senhor, por nossa irmã morte corporal, da qual homem algum pode escapar (...) felizes aqueles que ela encontrar conforme a vossa santíssima vontade, pois a segunda morte não lhes fará mal”.
E não nos esqueçamos que ocupar-se da morte significa ocupar-se com a vida, pois “morrer é parte integrante da vida, tão natural e possível quanto nascer” (Elisabeth Kübler-Ross).

Trecho publicado no Jornal "A voz da Igreja", da Arquidiocese de Curitiba pelo
 Pe. Amilton Manoel da Silva, CP
 

Um comentário:

  1. Paz e Bem à todos os meus queridos amigos do Blog Sal de terra e Luz do mundo. Eu amo estar me relacionando com vocês por meio do Blog. Deixo-vos uma linda e profunda reflexão sobre o Dia de Todos os Santos e Finados, que são os nossos entes queridos que nos precederam para a Casa Paterna. Falar de quem já partiu, não significa dor, sofrimento e masoquismo, mas sim que temos um coração grande para continuar amando aqueles que os nossos olhos não vêm mais e que o nosso sentimento não esquecerá jamais. O nosso coração é tão grande que só sabe amar, amar e amar sempre. Deus abençoe as minhas queridas colaboradoras do Blog, Zeila de Bona e Patrícia, que todos os santos do Céu as protejam por toda vida. Abraços à todos com carinho.

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